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segunda-feira, 14 de julho de 2014

A impotência do diabo por S. João Crisóstomo


São Paulo. 22 de junho de 2014.
Aula com a profª Ivone Fedeli.

Livro: A impotência do diabo de S. João Crisóstomo, somente em francês. Anotações presencial e de áudio gravado, postagem reorganizada.

Crisóstomo quer dizer boca de ouro, aquele que fala coisas preciosas. O livro é um doutorado de uma monja ortodoxa e é a tradução de dois sermões. Um trabalho erudito escrito em francês com várias notas de rodapé. Adquirido em uma livraria católica ao lado da St Sulpice.

Conta-se que São Tomás certa vez contemplava Paris com um amigo e esse amigo disse que trocaria tudo por essa cidade, o doutor angélico respondeu que trocaria todas as cidades pelo comentário do Evangelho de S.João feito por S. João Crisóstomo.

Os sermões foram escrito entre a Páscoa 386 ou 381, são sermões de um jovem padre.
Naquela época os sermões eram longos, não eram homilias de missa, eram quase como uma aula.
O bispo pediu para ele falar, seus sermões tinham grande estima.
Esse livro trata de uma série de instruções de neo batizados explicando como se renuncia ao diabo.
S. João estava lutando contra os maniqueus e a mentalidade pagã. De um lado a heresia de um deus mau, de outro o destino dos deuses que controlam nossas vidas. De um lado se perguntava por que Deus permite o mal existir? e de outro se afirmava que tudo independe do homem pois assim é a vontade dos deuses.

O maniqueísmo é uma Gnose de dois princípios. De modo especifico na criação. O mal é visto como de mesmo poder ao bem. Porque Deus permite o mal? O fato do diabo existir seria uma falta de poder? S. João afirma que conhecer o inimigo é bom e segue no sermão.

A primeira lição é que não é por violência que o demônio domina.
De manhã ele falou sobre os porcos que se destroem no precipício no Evangelho de S. Marcos e de como usou em Jó de violência. Mas não é normal o demônio atuar com violência. A violência usada nesses casos está sobre controle de Deus, o diabo pede permissão para violência física. Se esse fosse o modo normal do demônio agir nos mataria a todos.

Tratará-se pois do mal não como substância, mas como ato da vontade em ocasião de queda.

Persistes ainda em tua integridade?
Amaldiçoa a Deus, e morre! (Jó II, 9)
1. O desaparecimento do diabo seria prejudicial.

Se o diabo é o mal.
São comparados dois exemplos de influência do diabo:
A. Adão e Eva
B. Jó.
A maior tentação de Jó era a mulher dele. O mesmo diabo da serpente de Eva falando por ela.
Eva é tentada e cai por tomar uma atitude livre. Pecou por que quis.
Jó pelo contrario se santifica. Em Jó foi  vantagem. O demônio aumentou a santidade de Jó.

Se as criaturas são más.
As criaturas são caminhos para conhecer a Deus, mas sua desordem podem nos levar a praticar o mal e a idolatria, isso se dá pela nossas más escolhas. Ao se escusar e culpar a existência como má, achando necessário tirar todas as causas do mal, deveria-se aniquilar o mundo!

Se os nossos membros são o mal.
As mãos e os olhos podem ser vistos como produtores de roubo, adultério etc. Em si os membros são bons, mas para muitos são ocasião de mal. Seria preciso aniquilar o homem pois também gera lhe ocasião de mal.

Judas, com um beijo trais o Filho do Homem!
(S. Lc. XXII,48)
Ele jogou então no templo as moedas de prata,
saiu e foi enforcar-se. (S.Mt XXVII,5)
Se as coisas santas como a paixão de Cristo são o mal.
A paixão foi ocasião de queda para muitos, de Judas aos centuriões.
Os apóstolos também criaram escândalos e fizeram alguns caírem.
As coisas santas também são, para alguns, ocasião de mal, de queda.

Aprende-se que eliminar seres para acabar com o mal é uma loucura.
O mal não está no ser, mas na vontade de quem escolhe.

Eva negligente conversava com a serpente.
Jó, pelo contrário, foi vigilante.

2. Os atributos do diabo.
A. Caluniador. Acusa Deus de mentiroso. É o pai da mentira. Disse a Eva que Deus não é bom e que o homem é Deus, para a grande maioria das pessoas a proposta do demônio é essa.
No deserto o demônio apresenta para Nosso Senhor que Deus é ele no ' se prostrado me adorardes'.
Para as multidões da-se a ideia da criança mimada, para as grandes liderança o demônio se apresenta como o senhor deste mundo.
B. Apostata. O demônio tem um ato da vontade contra Deus.

3. O mal vem do mau uso do bem.
Nesse sentido o livro de Jó pode ser visto como tratado de ascese, a resistência da vontade às tentações que por fim o deixa melhor do que antes das tentações.

Resume-se: o mal está na vontade daquele que escolhe.

Os 5 caminhos da conversão.
1. Condenar os próprios pecados. Enquanto se defende o mal feito, não se converte. Isso leva confissão e ao abandono. Detestar o mal feito.
Mas se houver fraqueza para tanto como, Não consigo detestar...; segue as seguintes vias:
2. Perdoar de todo coração toda ofensa.
3. A prece.
4. A esmola. A esmola cobre uma infinidade de pecados. É a proposta de Daniel a Nabucodonosor.
5. A humildade. Como o publicano que se reconhece como pecador. É chamar o mal de mau, apenas identificar.

Fim da aula.

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