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domingo, 27 de abril de 2014

Ensaio da Modéstia

(em estudos)
Inicio neste post um ensaio sobre a modéstia, a virtude que São Tomás trata como variação da Temperança.

Sobre o cardeal italiano que já anunciava o caos da indiferença de gênero de indumentária: Giuseppe Siri.

O cardeal Siri de Gênova em 1960 bem alertou numa carta pastoral sobre as novas modas femininas e em especial ao uso de calças. Muito bem ele observa que sempre que as Leis Eternas são transgredidas um futuro caótico acaba por imperar, de fato a intemperança se generalizou numa grande convulsão de sensualidade, divorciados e homossexuais.

Tratando de um período pós guerra, 1959 relata o cardeal, é de se notar que o costume da calça feminina é estranho à cultura local, no caso, a Itália. Algumas pistas me dizem que o mote foi a indústria americana que pedia calças por razões fabris, mas também tenho pistas de movimentos de lésbicas na França que já induziam o uso de calça por mulheres afim lhe darem postura masculinizada.

O cardeal em suas carta aponta três aspectos prejudiciais desse costume:
I - A mulher prejudica a si mesma pois interfere em sua psicologia já que a calça impõe uma postura. 
II -  A mulher prejudica ao marido, pois corrompe a relação quebrando aspectos visíveis de diferenças.
III - A mulher prejudica aos filhos, pois perde a dignidade como mãe dando más impressões às crianças.

Na psicologia:
- A calça visará impor uma postura masculina, a roupa dará gestos, atitudes e condutas masculinas.
- A calça ajudará numa postura mental masculina.
- A mulher acaba reagindo à feminilidade como se fosse inferior.

A corrupção da relação:
- A diferença entre homem e mulher é a causa natural da atração pois se completam.
- A eliminação da diferença pelo maior sinal externo abala a diferenciação e a união se prejudica.
- O senso de vergonha fica enfraquecido e emergem instintos primários. A estima e o temor caem o que induz atos descontrolados. O senso do pudor fica sem defesa o que promove a sensualidade.

A dignidade como mãe:
- As crianças são muito sensíveis aos adultos, se impressionam com facilidade.
- Observam os maus comportamentos da mãe e sentem amargura.

O uso das roupas masculinas causa irreparável dano:
- à família, 
- à fidelidade conjugal, 
- às afeições humanas e à sociedade. 
A longo prazo promove rebaixamento e perversão.

A humanidade sempre buscou diferenciar os sexos e dar dignidade a função feminina, não a competição.
A longo prazo o uso de calça pelas mulheres promove a desintegração da ordem social.

Existe uma ideologia de que isso é uma evolução da sociedade.
As linhas da Lei Eterna não muda então ideia está errada, quem cruzá-la terminará morto.

A psicanálise freudiana liberou o ridículo e o destemor de não cruzar a linha, isso sempre resulta em catástrofe.
Hegel induz a que são fábulas e substitui com as suas de que a natureza humana sofreu mudança.
A Natureza e a Verdade, e a Lei ligada a ambas, continua em seu na sua forma intacta.
Frutos da 'nova natureza humana':
- Instabilidade de ânimos
- Definhamento da alma
- Aumento de abandonos de pessoas: tédio, tristeza e rejeição.
- Frieza no lar, vidas que acabam antes do tempo, idosos abandonados, juventude degenerada, desespero, suicídio.
A linha de Deus não cede, os filósofos deliraram.

É necessário que autoridades:
- Comecem com as meninas pequenas.
- Deem a noção do tolerável.
- Orientem as industrias de moda, design doméstico e vestuário.
- Fomentem a produção com arte, requinte e bom gosto, especialmente invenções como motocicleta ou ofícios em geral
- Foquem na modéstia, na feminilidade e que as crianças de impressionam com facilidade.
- Ensinem que os valores são mais importantes que as experiências da modernidade.
- Promovam bom senso e bom gosto na soluções.
- Ensinem a moverem-se pela caridade contra a degeneração do homem pela queda das distinções.
- Lembrem da humanidade, não é bom mulheres masculinizadas.
- Não sejam o sentinelas que dormem no portão, estarem sempre atentos ao mal que entra.

A carta:

Cardeal Giuseppe Siri

Ao Reverendíssimo Clero, a todas as Irmãs docentes, meus queridos filhos da Ação Católica e educadores que realmente procuram seguir a Doutrina Católica

I. Os primeiros sinais de nossa tardia Primavera indicam um certo aumento, neste ano, do uso de roupas masculinas por mulheres e garotas, inclusive mães de família.

Até 1959, em Gênova, esses trajes geralmente significavam que a pessoa era turista, mas agora parece haver um bom número de garotas e mulheres oriundas de Gênova que preferem, pelo menos para passeios, de vestir roupas masculinas (calças).

A proliferação deste costume nos obriga a tratar seriamente deste tema e nos pedimos àqueles a quem esta Notificação é dirigida a dar a este problema toda atenção que ele merece, como se deve a pessoas que são conscientes que deverão continuar responsáveis perante Deus.

Nós procuramos acima de tudo dar um julgamento moral balanceado em matéria de mulheres que vestem roupas masculinas. De fato, nossas considerações aqui dizem respeito apenas ao aspecto moral.

Primeiro, considerando cobrir o corpo feminino, vestir calças masculinas não pode ser considerado em si uma grave ofensa à modéstia, porque calças certamente cobrem mais o corpo feminino do que as saias modernas.

Segundo, para a roupa ser modesta, contudo, não deve apenas cobrir o corpo mas também não deve ficar muito apertada no corpo. É certo que algumas roupas femininas hodiernas ficam mais marcadas no corpo do que calças, mas estas também podem ser apertadas - e de fato geralmente são. Por isso, vestir estas roupas apertadas causa-nos não menos preocupação do que expor o corpo. Desta maneira a imodéstia das calças masculinas nas mulheres é um aspecto do problema que não deve ser deixado fora do julgamento geral deste artigo, mesmo que isto também não seja artificialmente exagerado.

II. Há, contudo, outro aspecto das mulheres vestindo calças que se mostra muito mais grave para nós

O uso de roupas masculinas por mulheres afeta primariamente a mulher em si mesma, primeiro por mudar a psicologia feminina. Segundo, isso afeta a mulher como esposa do marido tendendo a corromper a relação entre os sexos.Terceiro, a mulher como mãe de seus filhos perde dignidade aos olhos das crianças. Cada um desses pontos deve ser cuidadosamente considerado.

1. Roupas masculinas mudam a psicologia feminina. 
Na verdade, o motivo que impele as mulheres a vestir roupas masculinas não é sempre de imitá-los, mas antes o de competir com o homem que é considerado mais forte, menos sobrecarregado e mais independente. Essa motivação mostra claramente que roupas masculinas são um suporte visível para trazer uma atitude mental de ser "como um homem". Além disso, desde a existência do homem, as vestes de uma pessoa determinam e modificam gestos, atitudes e a sua conduta. Por conseguinte, apenas por suas vestimentas, a roupa trata de impor um particular estado de espírito no indivíduo.

Permita-nos ressaltar que uma mulher que sempre veste roupas masculinas de alguma forma indica que ela está reagindo à feminilidade como se isso fosse inferior, quando apenas é diferente. A perversão de sua psicologia é bem evidente.

Essas razões, somadas a muitas outras, são suficientes para nos alertar de quão errôneo é o pensamento das mulheres que vestem roupas masculinas.

2. Mulheres vestindo roupas masculinas tendem a corromper as relações entre os sexos.

De fato, as relações entre os sexos desdobram-se com o passar do tempo, um instinto de atração mútua predomina. A base essencial desta atração é a diferença entre os sexos que é possível apenas pelo fato de um complementar o outro. Se, então, esta diferença se torna menos evidente porque um dos maiores sinais externos é eliminado, e porque a estrutura psicológica normal é enfraquecida, então um fator fundamental na relação muda.

O problema vai mais além. Cronologicamente, a atração mútua entre os sexos é naturalmente precedida de um senso de vergonha que restringe a emergência dos instintos primários, impõe respeito ao outro e tende a elevar a mútua estima e um salutar temor de aumentar esses instintos, que de outra maneira poderiam conduzir a atos descontrolados. Mudar as roupas - que por sua diferença revelam e mantém os limites da natureza e suas defesas naturais - nivela essas distinções e ajuda a degradar as defesas vitais senso do pudor.

No mínimo tal obstrui este senso. E quando esse senso de pudor está ausente por causa de algum obstáculo ou impedimento, então as relações entre homens e mulheres degradam em pura sensualidade, desprovida de todo respeito mútuo ou estima.

A experiência mostra-nos que quando a mulher é defeminilizada, então as defesas estão minadas e as fraquezas aumentam.

3. Roupas masculinas ferem a dignidade da mãe perante os olhos dos seus filhos

A criança tem um instinto de dignidade e decoro quanto à sua mãe. Estudos sobre a primeira crise das crianças quando elas acordam para a vida em volta delas, antes mesmo delas atingirem a adolescência, mostram o quão importante suas mães são para elas. As crianças são muito sensíveis nesta idade. Adultos geralmente deixam tudo isso pra lá e não pensam mais sobre o assunto. Mas nós devemos lembrar as rigorosas exigências que as crianças fazem de suas mães, e as profundas e igualmente terríveis reações causadas nelas por observar mau comportamento da parte das mães. Nesta idade, por estes primeiros dramas da infância e da juventude muitos dos caminhos que mais tarde irão seguir na vida já estarão marcados, e nem sempre para o bem.

A criança pode não conhecer a definição de imodéstia, frivolidade e infidelidade, mas possui um senso instintivo para reconhecê-los quando perceptíveis. Ademais ela sofre amargamente em sua alma por causa disso.

III. Nós devemos pensar seriamente sobre a importância de tudo dito até agora, inclusive se a aparência da mulher vestindo roupas masculinas não produza imediatamente o mesmo dano causado pela imodéstia grave.

A mudança na psicologia feminina causa um fundamental - e a longo prazo - irreparável dano à família, à fidelidade conjugal, às afeições humanas e à sociedade. É verdade: os efeitos do uso de roupas inadequadas não são observados no curto prazo. Mas é preciso pensar sobre o que está sendo lenta e vagarosamente rebaixado e pervertido.

Se a psicologia feminina é alterada, há alguma alteração na reciprocidade entre o marido e a esposa? Ou é concebível uma verdadeira educação dos filhos, tão delicada, tão interligada com fatores abstratos em que a intuição da mãe e o instinto tornam-se a parte decisiva nesses primeiros anos? O que essas mulheres podem oferecer quando elas vestem calças por tanto tempo a ponto de sua auto-estima ser determinada mais pela competição com os homens do que por sua função como mulheres?

Nos perguntamos porque é que desde o início da existência humana - ou melhor, desde que o homem se tornou civilizado - a humanidade em todas as épocas e lugares tem irresistivelmente sido levada a diferenciar e dividir funções entre os sexos? Será que não há aqui um sério testemunho para o reconhecimento por toda a humanidade de uma verdade e uma lei superior ao homem?

Em suma, onde quer que a mulher vista roupas masculinas, isso pode ser considerado um fator de longo prazo para a desintegração da ordem humana.

IV. A conseqüência lógica de tudo apresentado até agora é que cada pessoa numa posição responsável deve ter um senso de perigo - no verdadeiro e próprio sentido da palavra - um forte e decisivo perigo.

Nós dirigimos um sério aviso aos párocos, aos padres em geral e aos confessores em particular, aos membros de todo tipo de associações, aos irmãos religiosos, às freiras, e especialmente às irmãs docentes.

Nós pedimos que eles fiquem claramente cientes do problema e que se siga uma ação. Esta consciência é o que importa. Isso vai sugerir a ação apropriada para cada momento. Mas isso não pode nos sugestionar a "ceder a uma inevitável mudança", como se estivéssemos face a uma evolução natural da humanidade.

O homem vai e vem, e Deus deixou bastante espaço para as idas e vindas do livre arbítrio. Mas as linhas fundamentais da natureza e as não menos fundamentais linhas da Lei Eterna certamente não mudaram nunca, e não vão mudar agora, e não vão mudar no futuro. Essa são fronteiras que alguém pode violar se quiser, mas fazendo-o terminará morto. Uma filosofia vazia [psicanálise freudiana] pode permitir a alguém ser ridículo e trivializar essas fronteiras, mas elas constituem uma aliança de fatos objetivos e a ordem natural que censura (chastises...) quem vai além dela. A História conta claramente - com impressionantes provas de vida e morte de nações - que a resposta a todas essas violações desta 'estrutura humana' sempre termina - mais cedo ou mais tarde - em uma catástrofe.

Desde a dialética de Hegel, nos ensinam o que não passa de fábulas, mas de tanto escutar muitas pessoas acabam aceitando, ainda que apenas passivamente*. Mas o que releva é que a Natureza e a Verdade, e a Lei ligada a ambas, continua em seu na sua forma intacta, deixando em pedaços esses tolos que, sem nenhuma base, acreditam numa radical e extensa mudança na verdadeira estrutura humana.

As conseqüências dessas violações não são uma 'nova estrutura do homem', mas tumultos, uma danosa instabilidade de todo tipo, um assustador definhamento das almas humanas, um devastador aumento no número de seres humanos abandonados pela sociedade, deixados a viver seus últimos anos no tédio, tristeza e rejeição. Neste naufrágio das normas morais eternas encontra-se uma família destruída, casas frias, vidas ceifadas antes do tempo, os idosos abandonados, nossa juventude optando por serem degenerados e - no fim da linha - almas em desespero e até tirando suas próprias vidas. Todo esse destroço humano testemunha o fato de que a 'linha de Deus' não cede, nem permite adaptação a qualquer sonho delirante dos assim chamados filósofos.

V. Dissemos que aqueles a quem essa notificação é dirigida são chamados a tornar-se seriamente alarmados com o problema diante deles.

Eles sabem o que deveriam dizer, começando com as meninas pequenas no colo da mãe. Eles sabem que sem exagerar no assunto ou tornar-se fanáticos, terão que por estritos limites sobre até que ponto é tolerável mulheres vestindo-se como homens, como uma regra geral.

Eles sabem que devem não ser tão fracos a deixar chegar o ponto de fazer vista grossa que está se espalhando e minando a moralidade em todas as instituições.

Os sacerdotes sabem que eles devem ser firmes e decisivos no confessionário, embora não se afirme que pelo fato de uma mulher se vestir como homem automaticamente esta incorra em uma falha grave.

Todos devem estar pensando na necessidade de ter uma linha de ação unificada, reforçada por todos os lados pela cooperação de todos os homens de boa vontade e todas as mentes esclarecidas, a fim de criar uma verdadeira barragem para esta inundação.

Aqueles entre vós responsáveis pelas almas, em qualquer grau de competência, deve perceber como é útil homens letrados e na mídia como aliados nesta campanha. A posição tomada pela moda, design doméstico e indústria de vestuário é crucial nesta matéria. Sentido artístico, requinte e bom gosto podem se unir para achar soluções adequadas e dignas para as roupas femininas se elas devem andar de motocicleta ou no exercício de um ofício. O que é importante é preservar a modéstia, mantendo o perene sentimento de feminilidade, feminilidade que, mais do que qualquer coisa, todas as crianças vão sempre continuar a associar com o que suas mães significam para si.

Não negamos que a vida moderna nos confronta com problemas e exigências desconhecidas de nossos avós. Mas afirmamos que aqui existem valores com maior necessidade de proteção do que experiências fugazes, e que toda pessoa inteligente sempre terá suficiente bom senso e bom gosto para encontrar soluções dignas e aceitáveis para os problemas emergentes.

Movidos pela caridade, nós lutamos contra a degradação do homem, contra o ataque às distinções nas quais a complementariedade entre homem e mulher se baseia.

Quando nós vemos uma mulher de calça, não devemos pensar muito dela mas de toda a humanidade, de como será quando todas as mulheres se tornarem masculinizadas. Ninguém vai lucrar ajudando a trazer uma era futura de indistinção, ambigüidade, imperfeição e, se podemos assim dizer, monstruosidades.

Esta nossa carta não é dirigida ao público, mas aos responsáveis pelas almas, aos educadores, às associações Católicas. Deixe-as fazer o seu dever, e não serem sentinelas pegas dormindo em seus postos enquanto o Mal entrou pelo portão.

Gênova, 12 de Junho de 1960,
Cardeal Giuseppe Siri.

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24-XI-2014
Segundo livro "Onze Lições sobre a virtude" de São Tomás de Aquino, na lição 9 temos que a modéstia é uma paixão e não uma virtude. Essa paixão é uma espécie de justo meio entre o impudico e o cataplex que do grego quer dizer estupidez.

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Conforme Sermão do Pe. Pasquotto:
Modéstia é a observação dos modos devidos as ações.
Gestos, palavras, vestes
Estados sosciais, classe, profissão.


http://ibp-sp.org/ibpsp/entry/sermao-do-xxiii-domingo-depois-de-pentecostes
Sermão do XXIV Domingo depois de Pentecostes
"Que a vossa modéstia seja conhecida de todos".

(Filipenses 4, 5)

Em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo. Amém.

Ave Maria...

Santo Tomás explica que a modéstia é a virtude que nos faz observar o modo devido nas nossas ações exteriores, sejam gestos ou palavras ou em nossas vestes, acomodando tudo isso ao nosso estado de vida, a nossa classe social, a nossa profissão. Vê-se que, neste sentido, é uma virtude que abraça mais coisas do que o sentido moderno de "modéstia" envolve. Atualmente, vê-se a modéstia como sendo uma virtude que se ocupa somente dos vestidos e das roupas, e do modo de se relacionar com as pessoas do sexo oposto. A verdade é que nossos atos exteriores se relacionam a muitas outras coisas além daquelas ligadas ao 6º. e ao 9º. mandamentos e isso pode ser notado, por exemplo, quando São Paulo diz que "aqueles que resistem à verdade devem ser corrigidos com modéstia" (II Tim. 2, 24), com o modo devido.

Tudo na vida do homem precisa de moderação e, por isso, precisamos de uma outra virtude que se encarregue de moderar coisas menos difíceis do que os prazeres do tato. Essa virtude é a modéstia. A modéstia nos faz observar o modo devido nos nossos gestos e palavras, e os teólogos citam quais são as coisas que devem ser moderadas: como andamos, sentamos, ficamos de pé, os movimentos da cabeça, como contraímos e relaxamos o rosto, como expandimos os braços, o tom que damos à voz, nossos risos e nosso aspecto. Em tudo isso é necessário guardar equilíbrio, para que nada seja efeminado ou mole, e para que não haja nada de duro e de rude.

Para observar a modéstia nos nossos gestos e movimentos corporais devemos levar em conta três coisas, principalmente: a nossa dignidade específica, as pessoas que estão a nossa volta, o lugar em que nos encontramos. Normalmente, é no comportamento exterior que vemos o interior de uma pessoa. Santo Tomás observa que a inquietação dos movimentos externos indica agitação em nosso interior. A causa é que nossos movimentos exteriores, antes de seres feitos pos nós, são esboçados na imaginação, que é afetada pelas paixões. Se as paixões não estão bem controladas teremos uma imaginação inquieta e movimentos imodestos. Gestos bruscos e impulsivos, gargalhadas barulhentas, olhares indiscretos, movimentos efeminados, falas desagradavelmente delicadas, excessiva atenção dada aos enfeites (sobretudo quando isso vem da parte dos homens) e outras mil inconveniências são, geralmente, indício de um interior desordenado. A verdade é que tudo isso pode ser resumido no seguinte princípio: todos os atos que fazemos devem receber sua medida da inteligência iluminada pela fé e todas estas desordens, maiores ou menores, indicam uma falta de controle da inteligência iluminada pela fé sobre nossos atos. Isto basta para compreendermos as conseqüências práticas que tiraremos agora.

Primeiramente, nossa roupa deve estar acomodada ao nosso estado de vida. Assim, devemos vir na missa com roupas que sejam dignas da reatualização do sacrifício da Cruz. Camisetas e calças com estampas banais, frases sem sentido, com imagens de bandas, tudo isso não se acomoda à circunstância de estarmos na igreja e na santa missa (considerado o modo como os cantores de rock agem, as coisas que falam e cantam, usar camisetas de bandas é cooperar com essas coisas, que podem ser graves, como imoralidades e blasfêmias, e não nos devemos aproximar da santa comunhão com elas). Se é possível, deve-se vestir uma camisa ao invés de uma camiseta, calças sociais ao invés de jeans. Evidentemente, são coisas pequenas, mas que mostram modéstia na circunstância em que nos encontramos (vestir uma camiseta de uma banda é algo mais importante).

Nosso exterior deve manifestar o que somos. Devemos ser atentos ao modelo de roupa que compramos e usamos. Muitas das pessoas que confeccionam as roupas vendidas no mercado são homossexuais e as desenham com um estilo efeminado. Os homens devem ser atentos para não adquirir e usar roupas cujo estilo seja efeminado. As mulheres devem dar preferência a roupas mais acomodadas a elas, isto é, saias e vestidos, evitando roupas mais próprias do sexo masculino.

O uso de enfeites e adornos deve ser compatível com nosso estado e as circunstâncias. Assim, o fenômeno moderno de homens usando brincos, pulseiras, colares, de pintar os cabelos e de penteá-los com grande cuidado, vai contra a modéstia e são coisas que efeminam os homens. Os homens devem usar adornos somente quando se trata de indicar a autoridade que têm. Bispos e cardeais usam um anel e uma cruz peitoral, ou alguma outra insígnia para indicar a autoridade que têm, mas não o fazem para agradar e chamar a atenção. É um mau sinal que um homem use enfeites, indicando uma vaidade estranha aos homens por um comportamento próprio das mulheres.

As mulheres podem usar jóias e enfeites, que devem ser governados pela inteligência iluminada pela fé. Jóias, enfeites, esmalte e maquiagem devem estar acomodados às circunstâncias, às pessoas que as usam e devem estar orientados a uma finalidade honesta. Usá-los de modo equilibrado em vista do casamento é lícito, jamais usando-os de um modo ou em uma quantidade que seja ocasião de pecado aos homens. As mães devem orientar as filhas com relação a isso. Quem não tem idade ainda para contrair matrimônio deve usar de maior freio nessas coisas do que aquelas que têm idade e condição de casar. Muitas coisas devem ser levadas em conta: ir em uma festa importante sem qualquer maquiagem é muitas vezes visto como falta de consideração pela pessoa que a organiza, ou pela coisa que se comemora. Ao mesmo tempo, uma adolescente que ainda não tem condições de casar deve ser mais reservada no modo de se maquiar, pois deve considerar sua condição pessoal. Ambas as coisas devem ser unidas com equilíbrio. Evidentemente, usar adornos e maquiagens com uma intenção gravemente imoral é pecado grave. Quanto à moda há considerações interessantíssimas que podem ser feitas sobre os princípios que a regem e a mentalidade que causam, e o faremos em um sermão futuro.

Nos últimos anos aumentou enormemente o número de pessoas que têm tatuagens e piercings. Copio aqui boa parte do artigo escrito pelo Pe. Daniel Pinheiro, IBP, no site scutumfidei.org . Hoje é relativamente claro que as circunstâncias militam fortemente contra a tatuagem, pois está muito associada a uma revolta contra o real, contra a ordem estabelecida, contra os superiores, para afirmar uma autonomia total do indivíduo sobre seu corpo, portanto contra Deus. Ela está associada a uma mentalidade neo-pagã, sendo fruto dela e conduzindo a ela.

Além disso, e independente das circunstâncias, a tatuagem marca o corpo praticamente de forma indelével, o que constitui um tipo de mutilação. Ora, a mutilação só é lícita se há causa proporcionalmente grave. Assim, só podemos mutilar uma parte de nosso corpo em vista do bem do todo, pois o homem não tem um domínio completo sobre o seu próprio corpo. É importante compreender que o homem não tem um domínio completo sobre o seu corpo: o homem só pode dispor de seu corpo para os usos determinados por Deus através da própria natureza do homem. A finalidade proposta pela tatuagem não é, evidentemente, o bem do todo, nem outro bem proporcional à mutilação causada pela tatuagem. Quem se tatua, normalmente o faz por vaidade, para ser visto pelos outros, para chocar, para mostrar uma pretensa força, etc., motivos todos opostos à virtude da modéstia. Todos esses motivos são motivos desordenados, o que torna a tatuagem pecaminosa (gravemente ou venialmente, dependendo do tamanho, do tema, do local em que é feita, do grau de malícia da intenção). O mesmo, porém, não se pode dizer de brincos usados segundo o costume recebido, pois eles são usados como adereço feminino, que distingue a mulher do homem e corresponde à inclinação natural da mulher de se ornar, desde que com moderação. Na prática:

(a) Se a tatuagem é uma imagem ou frase diabólica, esotérica, ou que envolve símbolos de falsas religiões, vai contra o 1º mandamento, contra a virtude de religião. Se a tatuagem é simplesmente feia ou de mau gosto, ela é uma exaltação da feiura, se opondo a Deus, infinitamente belo. Promover e se alegrar com o feio se opõe à ordem natural e é promover o reino do demônio.

(b) Se a tatuagem for de um símbolo religioso, como uma Cruz ou Nossa Senhora, por exemplo, é um pecado de irreverência, contrário, portanto, ao 2º mandamento, à virtude de religião.

(c) Se o objetivo for repelir, intimidar, chocar os outros, ela se opõe à caridade fraterna, ao 5º mandamento.

(d) Se o objetivo for se opor aos superiores, ao pais, à ordem, etc., se opõe ao 4º mandamento, isto é, à virtude de piedade.

(e) Se for por vaidade, isto é, para chamar a atenção dos outros, para exaltar alguma qualidade, é contra a humildade. Opõe-se também à modéstia chamando demasiadamente atenção ao exterior da pessoa.

(f) Se a tatuagem for de algo indecente ou impuro, ou de uma frase indecente ou impura, se opõe ao sexto mandamento. Ela pode se opor ao 6º mandamento também pela sua localização ou por dirigir olhares para partes menos honestas.

Em suma, é quase impossível haver uma causa proporcional para justificar uma tatuagem em nossa civilização. A pele humana não é uma tela. Foi criada com outra finalidade: servir a Deus sendo ordenado pela alma. Raciocínio análogo se aplica a piercings, alargadores e coisas semelhantes.

Se uma tatuagem é gravemente pecaminosa, por exemplo, opondo-se ao primeiro mandamento ou ao sexto, a obrigação de tirá-la é grave. Também a sua visibilidade pelas outras pessoas aumenta a necessidade de tirá-la. Se ela for levemente pecaminosa, a obrigação é leve.

Nos próximos sermões falaremos da moda, e depois de como a música que escutamos afeta a modéstia.

Em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo. Amém.

Houaiss

Modéstia
lat. modestìa,ae 'moderação, comedimento, medida, temperança, docilidade, mediocridade, decência, condição modesta'
n substantivo feminino
1 ausência de vaidade em relação ao próprio valor, às próprias realizações, êxitos etc.; despretensão
Ex.: referiu-se com m. à sua condecoração 
2 comedimento determinado pelas exigências das circunstâncias, dos deveres, dos usos; sobriedade
Ex.: é admirado por sua m. e compostura nos momentos difíceis 
3 desprezo ao luxo, à ostentação
4 conformidade com os padrões morais e éticos da sociedade; pudor, decência

Pudor
lat. pùdor,óris 'vergonha, pejo'
n substantivo masculino
1 sentimento de vergonha, timidez, mal-estar, causado por qualquer coisa capaz de ferir a decência, a modéstia, a inocência
2 sentimento e atitude desenvolvidos por uma educação rígida calcada em conceitos culturais, ger. de base religiosa, que impedem que certas partes do corpo sejam expostas com naturalidade, sem constrangimento [A amplitude e a distribuição dessas partes variam de acordo com as culturas.]
3 vergonha, constrangimento, de base ger. cultural, para falar a respeito ou praticar determinados atos ligados à área da sexualidade, das funções fisiológicas, dos sentimentos íntimos, da afetividade etc.; recato, decência, pudicícia, pundonor
Ex.: atentado ao p. 
4 sentimento de vergonha com respeito a atos que ferem as qualidades de caráter de um indivíduo, como a decência, a honestidade, a honra etc.; pejo
Ex.: ficou rubro de p. quando suspeitaram da sua honestidade 



Ideias avulsas a se desenvolver:

O que  sagrada escritura fala sobre o inicio do uso da roupa em gêneses, Deus quer que estejamos vestidos senão não nos dariam roupas de peles de animais.

São Paulo
A mulher imodesta tem menos valor que as prostitutas diz o apóstolo, o prostituta cobra um dinheiro e a imodesta não. 

São Paulo também apresenta a modéstia como dos doze frutos do espírito de santidade. Modéstia, continência e castidade são sequencia no catecismo.

Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então, os membros de Cristo para os fazer membros de uma prostituta? Claro que não! (I Coríntios 6, 15)
E vós não sabeis que aquele que se une a uma prostituta forma com ela um só corpo? Pois assim está na Escritura: «Os dois serão uma só carne». (I Coríntios 6, 16)
Quanto às mulheres, que elas se apresentem em trajes decentes e se enfeitem com pudor e modéstia. Não usem tranças, nem objectos de ouro, pérolas ou vestuário luxuoso; (I Timóteo 2, 9)

Conforme aula a modéstia pode ser ligada ou não a castidade.
Pode-se ter uma modéstia ligada a uma profissão como no caso de um médico. Se ele se veste de terno ao invés de jaleco seria um erro.
Ha uma relação entre modéstia e música, o exemplo dado foi que se uma pessoa gosta de rock terá uma noção de modéstia bem deturpada, se apresentará de shorts, boné, fará tatuagens etc.

Pudor traduzido para espanhol é Modéstia
Pudor e Modéstia são a mesma coisa?

A roupa fabril

A roupa da prostituta e do cancan.

O escândalo das calças associadas Santa Joana D'arc.

A confusão da não separação da vestes.

Sites de modéstia feminina.

A modéstia como sensual e ridículo.
A vergonha como sinal sensível e os que perdem a vergonha.

O que o catecismo diz:

Algumas obras:
Flugel, A psicologia das roupas
Kohler, A história das vestes.

Suma Teológica:
Q169; Q19 (dom do temor); Q143 (temperança em geral); Q161 (humildade); Q160(a modéstia); Q168; Q155 (ac ontinencia); Q120(epiqueia); Q70(frutos do espírito) Q170 (conceitos de temperança)

49 - Modéstia, como as mulheres devem se portar - Parte 1

https://www.youtube.com/watch?v=0YgwYzVnJJc

4:43 Modéstia virtude humana
-Vergonha: temor ou medo de desonro pública
- Honestidade: amor ao decoro, descência, um a beleza espiritual
Educada desde cedo, desde cedo aprender a ter vergonha e honra.
S. Bosco, N Senhora 9anos de idade.
Caminho para educar: 'Fale a eles da beleza da virtude e da feiura do pecado'
Medo de desonra pública.
Desde cedo são educado são educados para achar bonito o vício.
11 - Hoje a criança é pervertida,
Q144 e 145

1 - A humildade é uma modéstia, modera o movimento da esperança, freio para coisas gloriosas.
2 - A estudiosidade, moderar o desejo do conhecimento.
3 - Modéstia corporal, atitude do corpo, jeito de comportar, modelar movimentos do corpo. Contrário, gestos teatrais, falta de compostura. Muito cuidado teatral, agreste fica rústico.
4 - Eutrapelia virtude que modera o jogo, as atividades lúdicas. Excesso de brincadeira tolo, não brinca,  carrancuda.
5 - Modéstia nos adereços.
17:30 Se não tem visão geral fica no moralismo totalmente sexual.
Q169.
Vícios por trás, pecando por vaidade se veste de modo pavão, narcisismo, capricho na embalgem, não gosta de si.
19:40, noivas com 'cirurgias plasticas', a roupa que produz novo corpo, falta amor propria
- Excesso por sensualidade, problemas de querer apresentar o corpo.
- Preocupação excessiva diferente da vaidade, dentro da forma de vestir é muito zelosa.
Defeito: Negligência, não se cuida, despenteado, roupa mal arrumada.
Deselegância, não quer
Simples por vaidade, exibição da pobreza.
24:50 A mulher deve ter a moderação, elegância, beleza e feminilidade.
S.Tomás diz que a mulher deve também se ornamentar para agradar o seu marido para não perder o interesse do marido.
Mulher que se produz para os outros pecado mortal, provocar concupiscência.
27:10 A mulher sabe que causa atratividade.
Entre o seminu e a burca tem a modéstia.
28:40 Pecado venial.
se fizerem isso por desejo de vaidade sem intenção, tratado com leveza, sem seriedade. 
(Com consciência não tem mais pecado venial, mas mortal)
31:20 A roupa feminina como cavalo de batalha para destruição de família.
Costumes não recomendáveis.
33:00 Na I guerra os homens foram para a guerra, a calça ficaram para as mulheres para trabalhar.
A mulher ficou masculinizada. Projeto de vida para mulheres masculinizadas.
A calça não propicia a castidade, mas pode são ruim.
Calça é um costume não recomendável.
O mundo hoje está tolhido a feminilidade.
Incentivo a saias modéstia evitando o jogo-revela mas esconde.

II Parte https://www.youtube.com/watch?v=aDPN3rry7fk
Honestas, desonestas e zona discutíveis.
7:00 Valorização como objeto que se guarda.
Mulher descartável, objeto, coisa. Existe em nós uma desordem de ser objetos. Academia para serem objetos e vão se apresentar marombado, animal. 'Deus não se deleita nos músculos dos homens'
10:37 sobre roupa da Missa. Escala de valores, comprar Missa com festas. Onde está o seu amor?
A roupa da Missa, a melhor roupa.
"Por que não põe calça comprida para casar?"
14:00 Magnanimidade, alma grande, alata vocação, vocação para santidade.
Questão de porta estreita, como mar mais? Não só dualidade pecado-não pecado.
Vocação universal a santidade.
16:00 Sobre o uso da batina dentro de casa. Sobre generosidade com Deus altura da vocação. saber a grandeza da vocação.

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