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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A resistência do Alcazar de Toledo.

"23 de julho de 1936(...)
General Moscardó:
"Sin novedad en el Alcazar."
Herói espanhol, alma católica.
_Papai! - gritou Luís ao telefone.
_O que é, meu rapaz?
_Nada. Eles dizem que me matarão se o Alcazar não se render. 
Mas não se preocupe comigo.
_Se for verdade _replicou Moscardó 
_encomende sua alma a Deus, 
grite "Viva a Espanha!" 
e morra como um herói. 
Adeus, meu filho. Um beijo.
- Adeus, meu pai. 
Um beijo grande para o senhor também.

Quando Cabello voltou ao telefone, disse Moscardó:
- Pode esquecer o prazo que me deu. 
O Alcazar nunca se renderá!
E desligou o telefone."
(Verso do livro de Cecil D. Eby. 
"O cêrco do Alcazar de Toledo". 
Ed.Nova Fronteira. 1965)

"Sim, mande-nos um padre.
Não desejamos nada mais de vocês"
(Moscardó em dias de trégua
ao Comandante Vicente Rojo,
7 de setembro, 
opus cit. p.175)
18 de setembro de 1936, os tiros sessam, silêncio...
o Alcazar é minado sob suas torres.
Milagre. Nenhuma morte na explosão. Assita aqui
Um milagre militar. 70 dias de cerco. Toledo, de 21 de julho a  28 de setembro de 1936 ocorriam os episódios mais dramáticos da guerra civil espanhola. No centro da guerra entre a II República Espanhola maçônica e as várias facções políticas como direitistas, comunistas e anarquistas um tapa na cara dos inimigos de Deus! Uma resistência monárquica, patriótica e de liderança católica resistia bravamente no coração da cidade, aqui se consagra um dos símbolos de resistência católica que mais amo: o forte Alcazar e a valentia do General José Moscardó (1878-1956) num final glorioso com direito a cenas de cavalaria de cavalos árabes bufantes executando eufórica os sinistros revolucionários, algo inacreditável. (p.236)

Clique para baixar.
Os episódios são relatados no livro de Cecil D. Eby. "O cerco do Alcazar de Toledo". Ed.Nova Fronteira. 1965, que comprei ano passado via Estante Virtual, conheci-a em rodas de amigos católicos em São Paulo, fiquei impressionado pelos relatos e comprei a obra que só tem em sebo. Ela se autodenomina como definitiva compilando documentos e relatos de pessoas que viveram o assédio além de fornecer um mapa que ilustra todos os lugares ao redor do forte, o evento é desconhecido da maioria das pessoas. Neste post pretendo transmitir uma prévia do drama que é a resistência, do final glorioso ou pelo menos destacar essa impressionante manifestação cristã em matéria bélica.

O local e o acontecido.
Mapa da Espanha pelo Google Maps.
Toledo é o ponto B.
Toledo é uma cidade espanhola que fica 75km ao sul do centro Madri e é conhecida pelo caráter militar e eclesiástico; é o arcebispado primaz da Espanha assim como Salvador é do Brasil assim como sua antiga capital. Nela há o Alcazar, a catedral e uma fábrica de armas repleta de trabalhadores partidários cuja a ideologia marxista já tomara conta. O povo da cidade em si é amante das tradições espanholas.

Alcazar é o nome mouro de um forte iniciado no século III que fica no coração da cidade, é um elefante as margens do rio Tejo (é o mesmo rio português dos Lusíadas de Camões), suas paredes chegavam a 3m de espessura em alguns pontos, naquele tempo era usado como Escola de Educação Física do exército e para treinos militares de cavalaria pelo Capitão Emílio Vela. O Coronel José Moscardó era o seu diretor. No geral não passava de atração turística e peça de exposição onde cadetes importantes e o próprio rei Afonso XIII estudara. O que existe hoje é uma reconstrução, foi quase todo demolido durante o assédio.

O Alcazar de Toledo hoje.
Contrariando o desprezo militar sofrido, durante 10 semanas uma resistência monarquista e católica se estabeleceu na cara dos maçons, comunista e anarquistas da Guerra Civil Espanhola que foi causa de grandes martírios. Os mesmos republicanos vendo a miraculosa resistência chamavam o episódio de "O pesadelo toledano" (p.219), de fato, aquilo era tão belo que até os mais fanáticos milicianos admiravam os homens do Alcazar.

10 anos antes (1926) o México, filho da Espanha, também vivia uma dura guerra de caráter maçônico e anticatólico que consagrou os Cristeros e seu grito "Viva Cristo Rey!", agora a alma espanhola era posta a prova em suas origens por uma onda ideológica do mais baixo nível e que fez horrores a sacerdotes e fieis. Bento XVI em 2010 beatificou vários mártires (36 se não me engano) dessa guerra espanhola, uma assombrosa ideologia hodierna tentou negar o caráter político das canonizações, mera falsidade da boa vizinhança com maçons e da "igreja meramente espiritual", o caráter monárquico não abandona a alma católica jamais.

Assédios pesados e terror constante, físicos e psicológicos. 1800 homens, sendo 600 mulheres e crianças no interior do forte (elas foram e manifestavam querer morrer junto aos seus maridos); comida escassa, carne dos cavalos da montaria e trigo in natura depois que a comida da cozinha acabara, mortes, mau cheiro, doenças, Toledo parecia um manicômio em setembro, mas com esperança em Deus, "Deus proverá!" Moscardó ganhou também o apelido de General Providência.

3300 projéteis de 155mm, 3300 de 105mm.  3500 de 75mm, 2000 tiros de morteiro, 1500 granadas de mão arremessadas, 2000 petardos, 30 ataques aéreos, 500 bombas, 8 assaltos, 3 minas subterrâneas explodidas abaixo do forte (cavaram túneis, ha filmagens disso), 10 incêndios. 1100 combatentes, 70 dias, apenas 92 mortos em combate (p.267); assédios psicológicos contantes, sedutores carros de sons oferecendo comida e bebida aos desertores. Houve muitos atos heroicos próprio do caráter de toureiro espanhol, assim como relatos de milagres, o rosário era sempre recitado e a imagem da Nossa Senhora guardava os fieis no interior do forte especialmente no dia 18 de setembro. Em tempo de trégua o único pedido de Moscardó pra os milicianos foi um padre para dar a confissão e celebrar a Missa (tridentina lógico e única) aos que lá estavam.

"Reina en España"
Sagrado Coração sendo fuzilado em Getafe.
O espírito do tempo maçônico e marxista assombra a Espanha. 
A situação da Espanha era de colapso marxista, filhos de uma mesma pátria não se reconheciam como espanhóis, mas como inimigos ideológicos, um laboratório da II Guerra que colapsaria a antiga união cristã europeia, a moda de brigas entre direita e esquerda estava nos ares, a Igreja e o Exército, monarcas por excelência, estavam desvalorizados por ambos os lados. A Segunda República maçônica e anticatólica tentava sintetizar as ideologias, mas sabotava as vozes do exército e dos padres, uma onda de movimentos políticos comunistas e anarquistas caluniava e exterminava padres a sangue frio além saquearem e profanarem as Igrejas e vandalizarem tudo que lembrasse El Cristo Rey. Ha uma imagem famosa do Sagrado Coração sendo fuzilado em Getafe, sul de Madrid e disso para pior são muitos relatos.

José Moscardó
Meio a esse clima havia um coronel quase sexagenário e pouco expressivo chamado José Moscardó, diretor da Escola Central de Educação Física, o Alcazar, treinador de futebol, casado, dois filhos, grandalhão e desajeitado (p.24), preocupado com seu time, com as Olimpíadas de Berlim, com a acadêmia que estava de férias, fazia cerimônias fúnebres de militares, não chamava muita atenção, era uma figura simpática, piedosa e dava pitacos políticos, queria uma revolta para salvar a Espanha do comunismo, maçonaria e ateísmo (p.26), por dentro tinha grande ódio pelo sistema democrático liberal e demais invenções maçônicas como a república e a monarquia representativa, ninguém esperava sua virtude heroica e anacrônica, vendo que as revoltas em Madri pioravam já se dispunha a defender o Alcazar que era um símbolo valoroso, iniciou alguns planos e aproveitou sua insignificância, convocou gente de confiança e deu abrigo ao povo de bem da cidade.

A situação política.
Quando se entende que Cristo é Rei e que tudo que vai contra o Vosso Reino é uma cilada do demônio, o termo política ganha uma aspecto super interessante. Neste caso temos os monarquistas contra o mundo, pois o mundo vos odeia. Claro que não devemos ser ingênuos e achar que todo mundo é santo, tinha muita gente de direita e de claras alusões fascistas tal como o General Franco e demais falangistas que se mostravam contra a Igreja (p.25), mas nestes episódios são aclamadas as suas virtudes heroicas.

No passado, em 1932, o General José Sanjurjo, herói das guerras marroquinas, tentou um golpe militar para derrubar a Segunda República (p.22). as articulações não foram boas e resultou em fracasso. Exilado em Portugal fomentava um meticuloso plano para a tomada de poder.

Franco, comandante do exército, havia saído secretamente das Ilhas Canárias até o Marrocos, ambas eram colônias espanholas, e se juntado ao exército da África que se constitui da excelente Legião Estrangeira e dos efetivos Mouros (p.22), declarou revolta contra a República. Sua coluna objetivava tomar Madri e meio a essa jornada salvar os heróis do Alcazar, ou não, o que gerou muita tensão em agosto, mas a decisão positiva foi honrosamente tomada o que retardou a conquista da capital em 3 anos ou em 1939.

Era 18 de julho de 1936.  Moscardó se atenta a ação dele e prepara as ideias, o engraçado é que ele interpreta as notícias ao contrário uma vez que a mentira dos jornais do "tudo está sob controle" já era conhecida. A coluna de Franco partiria do sul da Espanha, toda a resistência do Alcazar se constitui na esperança que essa coluna chegasse até eles e os libertasse, enquanto isso o Alcazar emperrava as colunas de Madri, era como uma espinha enorme no rosto da República.

Naquele período de julho a filosofia do paraíso terrestre marxista do mañana estava virando as exigências do hoy (p.28). Em 19 de julho. Moscardó aproveita sua fama de ingênuo e vai ganhando tempo para conseguir mais munição. A república requer armas a cidade, mas ele inventa empecilhos e usa da buracracia a seu favor, "precisa de assinaturas".

File:Escudo de Burgos.svg
Heráldica da cidade de Burgos.
Além de nosso protagonista não é de menos importância o Capitão Emílio Vela Hidalgo o instrutor de tática em cavalaria no Alcazar, Moscardó o contatou. Amava a cavalaria e lamentava que chegava o fim dessa era.  Falangista, ou da direita, tinha o caráter necessário para suprir as vacilações de Moscardó.

O rei da época era da casa dos Burbons, Afonso XIII (1886-1941), deposto pela II República Espanhola em 1931 e exilado para França ou Roma. A cidade de Burgos era a referência dos monarquistas, só de mencionar ela em qualquer possível acordo incitava tiroteios dos milicianos (p.189), no futuro foi centro do governo do general Franco.


Alguns relatos do que os milicianos faziam
Acesse este blog, aqui
(Não se preocupem que não detalho em baixarias)
A classe alta e média da Espanha temiam o "terror vermelho" (p.74). Toledo sempre fora conhecida pela excelente qualidade dos militares e dos padres, ambos vistos como "burgueses" ao olhar dos comunistas. Qualquer padre ou falangista era morto, os falangistas por armadilhas ideológicas, os padres por razões de odium fidei. Já ouvi que o século XX tem mais mártires que o início do cristianismo, realmente é crível.

Os "Batalhão de Exterminação" e "Grupo de Vingança" seguiam regras simples como "morre quem estiver de batina". Toledo virara uma plaza de toros mas sem o risco do touro, em Toledo foram assassinados 107 padres, a maioria em via pública. Os padres para se salvarem de alguns milicianos deviam gritar "Viva o comunismo", mas não só isso, a coisa ficava mais baixa, obscena e blasfêmia.

O Padre Pascual Martin, beato, foi crivado de balas na Igreja de São Nicolau, enquanto gritava "Viva Cristo Rey". Suas mãos estavam estendidas como as de Cristo parecendo uma benção final.

Defender um padre ou suspeitar que defende já era motivo para prisão ou execução, como um refluxo da Revolução Francesa. Uma mocinha escondeu dois padres em seu apartamento,  vários milicianos bêbados a perseguiram nas vielas da cidade, escaparam, mas da janelas viam o corpo da Priora das Carmelitas estirado na rua.

A cidade vizinha a Toledo, Ciudad Real,  sofreu perseguição maior. Ninguém em Toledo diz ter visto milicianos dançando nas ruas com cadáveres de freiras desenterradas, uma clara nota de satanismo, esse rito era repetido em vários outros lugares da Espanha.

Um psicopata chamado Romero, caçador de rãs, demostrava regozijo, se sentia mais a vontade que nunca ao expor corpos esfolados de vítimas no topo de bambus, passava horas contemplando os corpos dos padres mortos.

Ruínas da igreja de
São João da Penitência.
Os toledanos se chocavam mais pelas profanações que pelos assassinatos. Um grupo de milicianos saiam as ruas com as batinas manchadas de sangue expondo uma caricatura de São Francisco. As capas asperges bordadas a ouro e os chapéus eram usados como capote de tourada em brincadeira.  Mas um pequeno riso, um governador chamado Vega juntou-se a brincadeira fantasiado com os paramentos pontificais e báculo simulando um arcebispo em uma procissão, um miliciano bêbado confundiu como verdadeiro arcebispo e lhe deu um tiro no peito.

Muitas igrejas foram saqueadas e queimadas, a ideologia contra riquezas transforma tudo em lixo. Havia um grupo republicano que tinha certo zelo e protegeu as principais como a Catedral, mas as de São João da Penitência, São Lourenço e outras foram queimadas só restando as paredes. Figuras de Cristo foram estraçalhadas e simbolicamente como aniquilação do Rei, foram deixadas outros imagens que eram tidas como o povo ou "anarquistas antigos". Muitos camponeses que possuíam raízes cristãs foram seduzidos pela ideologia, mas um relato que impressionou (p.77) foi a de um campesino que destruiu a imagem de Nossa Senhora e em seguida caiu em prantos pedindo perdão, felizmente isso era bem comum.

El Cristo de la Vega.
Imagem original
destruída a machado.
Contra o Alcazar houve muita provocação nesse sentido, é relatado que os milicianos pagaram uma famosa figura de Cristo em madeira e a usaram de fantoche gritando "Aqui está El Cristo de La Vega. Vamos queimá-lo. Se são verdadeiros católicos venham cá e impeçam-nos". A imagem era desmantelada aos poucos a machadadas, a milicia deixou em escombros a vista das janelas. Ao atearem fogos dois milicianos foram mortos por balas do Alcazar, os mesmos queimaram junto com a imagem destruída.

Esses são os que desejam o paraíso terrestre. A glória dos que resistiram perdura e os crimes dos milicianos são eternas vergonhas, a indisciplina e a paixão os farão os mais ridículos militantes que já ouvi falar.

A indisciplina militante era parte da esperança toledana.
Como dito acima havia de certo modo uma autofagia do movimento miliciano. Estavam todos cheios da "liberdade" revolucionária, muitos bêbados e confusões entre eles, como visto o governador Vega foi baleado ao fazer-se satiricamente de arcebispo.

No decorrer dos episódios a falta de estratégia dos anarquistas virara uma piada. Não podia ter general, os tiros eram dados por impulsos infantis como querer derrubar tal coluna ou torre (p.162). Os que assumiam uma postura militar mais coerente e se inspiravam vestindo roupas de soldados e boinas mostravam clara contradição a própria causa (p.172). Por orgulho mantinham-se no erro, de verdade muitos queriam ser os resistentes por tamanha virtude que emanava do Alcazar (p.178 e outras).

Contar com a indisciplina e o apego as paixões dos inimigos era realmente parte da estratégia de Moscardó, especialmente em setembro, o resto da esperança, e a maior parte dela, era a da providência divina que se apresentara ao longo dos dias, a exemplo o achado do celeiro de trigo confiscado por um banco e que ninguém sabia.

Em uma trégua, uma Missa.
Apesar dessa parte baixa houve um suspiro.
A maior lamentação de Moscardó era o azar estar na maior concentração per capita de padres na Espanha e não ter nenhum lá dentro. No dia 11 de setembro o padre Vasques Camarasa, escolhido pelos republicanos e considerado por Moscardó um dos mais liberais da Espanha, pouco melhor que um marxista (p.179-180), ficou três horas na fortaleza, rezou a Missa, deu confissão e absolvição geral, administrou comunhão aos da enfermaria e o rito da extrema-unção, um curioso gesto que é próprio de uma nação católica, os inimigos, mesmo sendo ateus, contavam que era o fim do Alcazar e que mereciam o céu, inclusive por admirarem a bravura dos resistentes. Mas precaução nada romântica, o padre era ruim e lidava com republicanos, alguns homens pediam para o padre levar bilhetes a suas famílias mas Moscardó impediu, as famílias estariam em risco.

É de grande notoriedade o relato de como foi a Missa.
Diante de toda o caos de escombros que havia no forte:
"O senhor veio preparado para confessar-nos e celebrar a Santa Missa? É tudo que queremos..."
"A cenas que se seguiram lembravam as crônicas do primórdios do cristianismo - os esfarrapados fiéis reunidos numa catacumba ensebadas pela fumaça das lamparinas; mas um detalhe destoava completamente do esquálido cenário: a plataforma do altar estava resplandecente, com um imenso e extenso tapete com as armas do rei Afonso XIII, bordados a ouro e púrpura" (opus cit. p.185)
Ou seja, para Deus o melhor que pudermos.

O valor das mulheres
Outro ponto que quero destacar é o valor das mulheres que viviam dentro de uma guerra.
A última conversa do padre com Moscardó foi pedindo novamente e a libertação da mulheres e crianças "mantidas presas", mas Carmen intervem por elas (p.186):
"Presa aqui? Isso é uma mentira! Falei com todas as mulheres do Alcazar e todas pensam como eu. Ou sairemos daqui com nossos homens e filhos ou morreremos com eles nas ruínas"

O Alcazar, pela Virgem Santa!
Após a Missa, a confissão e a extrema-unção era hora dos milicianos enterrarem o Alcazar.

Como dito haviam minas subterrâneas que eram parte do plano de mandar o Alcazar pelos ares. No dia 18 de setembro explodem as minas monitoradas por gente de todo o mundo. A poeira sobe e vem a sentença da mídia "O Alcazar caiu", mas a Virgem os protegeu, nenhuma morte, ironicamente houve um nascimento nesta mesma hora, uma mulher que estava em trabalho de parto teve o bebê no momento da explosão, uma menina Josefa del Milagre (p.205). A resistência perdurou, nos porões em espasmos de alegria se cantava "Viva Cristo Rei!".

Nessa altura a coluna de Franco já arriscava ataques aéreos. De ai para o dia 28 de setembro faltava pouco.
No dia 23 as colunas já estavam a 30quilômeros de Toledo e os milicianos ameaçavam mais uma mina subterrânea, mas nada houve, os milicianos já se desesperavam. No dia 25 um corneteiro anuncia "Eu os ouço", e veio silêncio, era o som da artilharia, a notícia se espalhou como um raio. Alguém bradou:
"O Alcazar, pela Virgem Santa!"

Demais descrições estão no livro a partir da página 235. É muito bela a história e a precisão que Cecil Eby relata. De ai ao fim vem a gloriosa caçada aos militantes assassinos, os relatos são dignos de cavalaria.

Aqui pretendi apenas passar a ideia do que é uma resistência católica.
O livro transmite melhor a amargura da agonia e a doçura da glória épica.
Queira Deus um dia um dia podermos atuar assim, por enquanto fica só a inspiração, Viva Cristo Rei.

Mateus R. C. de Paula

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