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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A Nostalgia do Absoluto de George Steiner


"Essa notalgia - tão profunda, creio, em quase todos nós - foi diretamente provocada pelo declínio da sociedade e do homem ocidentais, da antiga e magnifica arquitetura da certeza religiosa. Nesse momento do século XX, estamos sedentos como nunca de mitos, de uma explicação total: ansiamos por uma profecia garantida"
(Steiner, George. Nostalgia do Absoluto. Ed.Relógio d'água. 2003. Liboa. p16, adaptação minha ao português do Brasil)

George Steiner em seu livro "A Nostalgia do Absoluto" surpreende na argumentação sobre como as correntes racionalistas e irracionalistas que constituem o folclore contemporâneo são todas manifestações de sistemas religiosos, mitos totais, que buscam preencher o que antes era o sólido sistema religioso do cristianismo onde homem era filho da certeza e da Verdade encarnada. O marxismo, o freudianismo e a antropologia de Levis Strauss; a astrologia, a ufologia e o orientalismo hippie são expostos tais como estruturas religiosas com, notem essa expressão chave, visões do homem no mundo.

<Nostalgia do Absoluto> é a expressão que Steiner usa ao desejo  de preencher o vão que há entre nossos antepassados e nós, um vazio de credo e de cultura. Mergulhamos numa amnésia e ansiamos por uma profecia garantida, por messias que substituam a Jesus Cristo e nos redimam das misérias desse mundo:  Marx, Freud e Levis Strauss, criadores de mitologias totais com aparência científica, são apresentados como mitômanos onde suas "revelações" permeiam a explicação do tudo, explicam o pecado original, prometem redenções, paraísos e o que mais surpreende que, como Jesus Cristo, suas origens é o judaísmo (mas talmúdico), evidente insistência dos deicidas em proclamar Deus qualquer um que seja diferente de seu verdadeiro Rei.